Não seria bom viver em um mundo sem vaidade?
Estava lendo um blog quando me deparei com a noticia a baixo... Achei muito interessante e resolvi dividir com vocês:
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Dias atrás, assistindo tv com meu amor, vimos uma propaganda que nos chamou a atenção. Se trata da nova campanha da Boticário, aquela famosa empresa de cosméticos. É indiscutível a qualidade de seus produtos e as suas campanhas publicitarias são sempre excelentes e criativas (pelo menos em sua maioria), mas não pretendo entrar nesse mérito. Indiscutível, também, é o envolvimento com responsabilidade social que a empresa tem.
Foi justamente por isso que, o que me chamou a atenção, foi a maneira como um assunto foi abordado.
Como todo sabemos, o tema principal das empresas de cosméticos é a beleza. E diferentes (e criativas) maneiras de abordar esse assunto é o que faz vender. Em um país como o nosso, em que a diversidade é tao evidente, por sermos frutos de uma linda mistura de muitas etnias, é simplesmente loucura tentar estabelecer um determinado padrão de beleza. No entanto isso tem sido feito há anos.
Para perceber isso, basta olhar pra trás. Até a década de 80 mais ou menos, existiam padrões de estética e moda que eram praticamente regras impostas pela sociedade.
image Anos 20, 30, 40, 50, etc… cada década com sua moda, penteados, maquiagens. Praticamente uniformizados. Se alguém se vestisse ou se penteasse de forma diferente, logo era visto com desprezo, ou recebia algum título depreciativo. Isso sem falar da cor da pele.
Todos esses padrões foram importados para o nosso pais. E como se já não bastassem os problemas que já temos por causa dos anos de exploração que sofremos, tivemos que nos preocupar ainda com nossas aparências.
Quando criança, nos anos 80, sofri com preconceitos por ter o cabelo encaracolado e não liso como a maioria das crianças. Quando todas queriam se parecer com a Xuxa ou com a Barbie, ou seja, ser loirinha de olhos azuis e cabelos lisos é que era bonito.
Se você tivesse cabelos encaracolados e cheios como os meus e sardas no rosto, você poderia se tornar o alvo de piadas das outras crianças.
Alto ou baixo, magro ou mais cheiinho, usar óculos ou botinhas ortopédicas, usar aparelho nos dentes, ter uma pele de cor diferente, ter espinhas, ter cabelos crespos ou vermelhos, qualquer coisa que nos tornasse diferentes de outras pessoas poderia ser motivo de chacota. E com isso complexos e infelicidades se criam. A vitima das piadinhas passa a ter complexos e chega a se odiar por ser diferente.
Apenas nos últimos anos que este quadro começou se modificar. Ainda lembro quando lançaram o primeiro produto para cabelos encaracolados e diziam na propaganda da Seda que não sei quantos por cento das brasileiras tinham cabelos encaracolados ou afro. Eram os primeiros produtos leave-in que valorizavam os cachos e a diversidade da beleza da mulher brasileira.
E a tendencia atual é essa. Valorizar a diversidade. Ensinar às pessoas que é bom ser diferente. Ensinar aos seres humanos a não se sentirem ameaçados pelo que não conhecem. Mostrar que cada um de nos é bonito à sua maneira e que feio mesmo é ser mesquinho, preconceituoso, egoísta e ter desprezo por outro ser humano.
O filme da Boticário se chama “Acredite na Beleza”. E poderia ser um filme muito bacana com uma mensagem sensacional, se tivesse sido trabalhado melhor. O filme é ambíguo e pode ser interpretado de uma maneira completamente errada. Quando o assisti pela primeira vez, fiquei chocada. Durante o filme uma voz feminina faz perguntas que faço questão de responder.
P:- Não seria bom viver num mundo sem vaidade? Em um mundo, onde a imagem não tivesse importância?
R: Sim, seria perfeito. Seria maravilhoso se dessemos mais importância a valores esquecidos como amor ao próximo, compaixão, dignidade, decência, respeito. Por que valorizar a imagem em um mundo cheio de dor e sofrimento?
P:- Um mundo onde a beleza não fosse valorizada?
R: Respondo essa com uma outra pergunta. Por que não valorizar o que cada um de nos tem de bom para oferecer, além das aparências?
O filme termina respondendo: “Não, não seria. Acredite na beleza.”
Eu acredito na beleza, não me entenda mal. Sou mulher, sou vaidosa, mas isso não significa que eu de mais importância a essas frivolidades do que ao meu caráter, aos meus valores, minha família, meus amigos, meus sentimentos.
Eu acredito na beleza. Mas acima de tudo acredito na diversidade. Na beleza de cada um. Não importa a cor dos teus cabelos, o seu peso ou a sua altura. Pra mim importa o que vem de dentro, do seu coração.
Devo lembrar que intolerância em relação à diversidade (étnica, religiosa, de opinião, etc…) até o momento só gerou conflitos e guerras?
Eu acredito que a beleza que você tem dentro resplandece no seu exterior. Todos nos vamos deixar esse mundo um dia. Nenhum de nos vai ser jovem e “bonito” para sempre. E o que vamos levar dessa vida conosco? A felicidade e serenidade de quem se aceita e esta bem consigo mesmo e com seus semelhantes, ou os complexos e inseguranças (e o silicone) impostos pela sociedade?
Fonte - http://silentdevotion.cyncardoso.net/2010/05/28/bulimia-e-anorexia-no-mundo-da-moda/
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Dias atrás, assistindo tv com meu amor, vimos uma propaganda que nos chamou a atenção. Se trata da nova campanha da Boticário, aquela famosa empresa de cosméticos. É indiscutível a qualidade de seus produtos e as suas campanhas publicitarias são sempre excelentes e criativas (pelo menos em sua maioria), mas não pretendo entrar nesse mérito. Indiscutível, também, é o envolvimento com responsabilidade social que a empresa tem.
Foi justamente por isso que, o que me chamou a atenção, foi a maneira como um assunto foi abordado.
Como todo sabemos, o tema principal das empresas de cosméticos é a beleza. E diferentes (e criativas) maneiras de abordar esse assunto é o que faz vender. Em um país como o nosso, em que a diversidade é tao evidente, por sermos frutos de uma linda mistura de muitas etnias, é simplesmente loucura tentar estabelecer um determinado padrão de beleza. No entanto isso tem sido feito há anos.
Para perceber isso, basta olhar pra trás. Até a década de 80 mais ou menos, existiam padrões de estética e moda que eram praticamente regras impostas pela sociedade.
image Anos 20, 30, 40, 50, etc… cada década com sua moda, penteados, maquiagens. Praticamente uniformizados. Se alguém se vestisse ou se penteasse de forma diferente, logo era visto com desprezo, ou recebia algum título depreciativo. Isso sem falar da cor da pele.
Todos esses padrões foram importados para o nosso pais. E como se já não bastassem os problemas que já temos por causa dos anos de exploração que sofremos, tivemos que nos preocupar ainda com nossas aparências.
Quando criança, nos anos 80, sofri com preconceitos por ter o cabelo encaracolado e não liso como a maioria das crianças. Quando todas queriam se parecer com a Xuxa ou com a Barbie, ou seja, ser loirinha de olhos azuis e cabelos lisos é que era bonito.
Se você tivesse cabelos encaracolados e cheios como os meus e sardas no rosto, você poderia se tornar o alvo de piadas das outras crianças.
Alto ou baixo, magro ou mais cheiinho, usar óculos ou botinhas ortopédicas, usar aparelho nos dentes, ter uma pele de cor diferente, ter espinhas, ter cabelos crespos ou vermelhos, qualquer coisa que nos tornasse diferentes de outras pessoas poderia ser motivo de chacota. E com isso complexos e infelicidades se criam. A vitima das piadinhas passa a ter complexos e chega a se odiar por ser diferente.
Apenas nos últimos anos que este quadro começou se modificar. Ainda lembro quando lançaram o primeiro produto para cabelos encaracolados e diziam na propaganda da Seda que não sei quantos por cento das brasileiras tinham cabelos encaracolados ou afro. Eram os primeiros produtos leave-in que valorizavam os cachos e a diversidade da beleza da mulher brasileira.
E a tendencia atual é essa. Valorizar a diversidade. Ensinar às pessoas que é bom ser diferente. Ensinar aos seres humanos a não se sentirem ameaçados pelo que não conhecem. Mostrar que cada um de nos é bonito à sua maneira e que feio mesmo é ser mesquinho, preconceituoso, egoísta e ter desprezo por outro ser humano.
O filme da Boticário se chama “Acredite na Beleza”. E poderia ser um filme muito bacana com uma mensagem sensacional, se tivesse sido trabalhado melhor. O filme é ambíguo e pode ser interpretado de uma maneira completamente errada. Quando o assisti pela primeira vez, fiquei chocada. Durante o filme uma voz feminina faz perguntas que faço questão de responder.
P:- Não seria bom viver num mundo sem vaidade? Em um mundo, onde a imagem não tivesse importância?
R: Sim, seria perfeito. Seria maravilhoso se dessemos mais importância a valores esquecidos como amor ao próximo, compaixão, dignidade, decência, respeito. Por que valorizar a imagem em um mundo cheio de dor e sofrimento?
P:- Um mundo onde a beleza não fosse valorizada?
R: Respondo essa com uma outra pergunta. Por que não valorizar o que cada um de nos tem de bom para oferecer, além das aparências?
O filme termina respondendo: “Não, não seria. Acredite na beleza.”
Eu acredito na beleza, não me entenda mal. Sou mulher, sou vaidosa, mas isso não significa que eu de mais importância a essas frivolidades do que ao meu caráter, aos meus valores, minha família, meus amigos, meus sentimentos.
Eu acredito na beleza. Mas acima de tudo acredito na diversidade. Na beleza de cada um. Não importa a cor dos teus cabelos, o seu peso ou a sua altura. Pra mim importa o que vem de dentro, do seu coração.
Devo lembrar que intolerância em relação à diversidade (étnica, religiosa, de opinião, etc…) até o momento só gerou conflitos e guerras?
Eu acredito que a beleza que você tem dentro resplandece no seu exterior. Todos nos vamos deixar esse mundo um dia. Nenhum de nos vai ser jovem e “bonito” para sempre. E o que vamos levar dessa vida conosco? A felicidade e serenidade de quem se aceita e esta bem consigo mesmo e com seus semelhantes, ou os complexos e inseguranças (e o silicone) impostos pela sociedade?
Fonte - http://silentdevotion.cyncardoso.net/2010/05/28/bulimia-e-anorexia-no-mundo-da-moda/
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